Modelo 3D - Cálice funerário Jê

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Arquivo histórico da Sociedade Real Britânica é publicado na internet

Publicado no jornal Estadão.com.br/Blogs em 27.outubro.2011 11:10:35


Benjamin Franklin publicou seus resultados sobre o famoso experimento da pipa que comprovou que os raios são eletricidade em 1752 na revista Philosophical Transactions da Sociedade Real Britânica. Isaac Newton publicou o primeiro trabalho científico de sua carreira por lá também, em 1672. Além deles, muitos nomes como Charles Darwin e Galileu Galilei, que construíram a Ciência como a conhecemos hoje, também tiveram seus trabalhos publicados por lá.

A Philosophical Transactions surgiu em 1665 e talvez possa ser considerada a primeira revista científica nos moldes modernos – e ela agora tem seu arquivo publicado na internet na íntegra, de graça. Ao todo, são 60 mil pesquisas científicas que podem ser encontradas através de uma ferramenta de busca e visualizadas em pdf.

Além dos papers já mencionados, o leitor pode navegar por trabalhos curiosos, como uma das primeiras tentativas de gelar bebidas sem a “ajuda de gelo ou vento” (1665) ou uma transfusão de sangue canina (1666).

Em julho, o programador Greg Maxwell disponibilizou para download 19 mil artigos da publicação no PirateBay, todos publicados antes de 1923, e está sendo investigado judicialmente. Segundo o site da Sociedade Real, a essa ação “significa que os artigos que Maxwell disponibilizou são agora gratuitos para todos.”

Você pode conhecer mais do arquivo público da Sociedade Real aqui

domingo, 30 de outubro de 2011

Canyon do rio São Francisco

Canyon do rio São Francisco, entre os municípios de Piumhí e Doresópolis: patrimônio natural e cultural do território do Carste do Alto São Francisco (para saber mais clique aqui e aqui).

Clique na imagem para ampliá-la.

1. Pescadores à beira do rio, confrontando um paredão calcário. A pesca é presente no rio (3). 4 e 6. Paredões rochosos à beira do rio São Francisco. 5. Lapiás na face de um maciço calcário, são formados pelos escorrimentos das águas das chuvas, ao longo de milênios. 7. Foz do córrego Grande, em cujo vale, à montante, está inserido o sítio arqueologico Buracão dos Bichos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Como vivia um paulista pré-histórico

Clique aqui para ver especial do jornal Estado de São Paulo.
 Publicado em 18 de Setembro 2011, 14h47 
 
Estudo revela hábitos de Luzio, caçador que viveu há 10 mil anos; sua ossada, encontrada no Vale do Ribeira, é a mais antiga do Estado.

Infografia: Marcos Müller e Glauco Lara/AE | Fonte: Sabine Eggers - Instituto de Biociências - USP, Relatório Final de Projeto FAPESP 2004, Neves et al 2005

Clique na imagem para ampliá-la.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Concurso de fotografia prorrogado para esta quarta-feira

Foi prorrogado para esta quarta-feira, 26, a entrega das fotos para o Concurso Municipal de Fotografia.
 
clique na imagem para ampliá-la

Fonte:
Assessoria de Comunicação - ASSCOM
Prefeitura de Pains* - MG
ADM. 'Governo Para Todos' (2005-2012)
(37) 3323.1242
comunicapains@yahoo.com.br


"Pains (MG): Terra das mais belas grutas e sítios arqueológicos"

Site oficial do Município: www.pains.mg.gov.br
 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Organizações populares emitem nota pública em protesto aos dados de revitalização do rio São Francisco

Publicado no CIMI em 17/10/2011.
Fonte da notícia: Adital

No dia 8 de outubro, cerca de 300 organizações populares e movimentos sociais que integram a Articulação Popular São Francisco Vivo (SFVivo) - que luta pela defesa do Rio São Francisco - emitiram uma nota pública em protesto aos dados sobre realizações do Projeto de Revitalização do São Francisco publicados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Divulgado no dia 5 de outubro, no site do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais - Ibama, o documento intitulado "Revitalização do São Francisco já soma R$ 6,4 bilhões” afirma que dos R$ 6,4 bilhões orçados nos Planos Plurianuais entre 2004 e 2015, R$ 3 bilhões estariam sendo gastos com obras em andamento e R$ 2 bilhões seriam utilizadas em iniciativas programadas.

Porém, de acordo com os manifestantes do SFVivo, esses números divulgam uma imagem que não corresponde à realidade. Eles denunciam que os moradores da região continuam sofrendo com obras superfaturadas, inacabadas e abandonadas, como o caso das obras feitas na cidade de Juazeiro, onde foram constatados dejetos a céu aberto sendo despejados no rio, que deveriam estar sendo canalizados e tratados.

Através da Nota Pública, a Articulação Popular SFVivo busca exigir as comprovações feitas pelo Ministério do Meio Ambiente, assim como o diálogo e a transparência dos orçamentos e das ações governamentais para com o povo sanfranciscano.

A nota completa encontra-se no link http://www.saofranciscovivo.com.br/node/899
 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PARQUE NACIONAL DA SERRA DO GANDARELA - ALERTA URGENTE



 COMUNICADO Nº 01/2011 - 16 de setembro de 2011

Amigo (a) da Serra do Gandarela

Este é um daqueles momentos em que você pode ter papel fundamental a favor do Parque Nacional da Serra do Gandarela. É muito importante nossa pressão junto a alguns setores governamentais: Governo do Estado de Minas Gerais, Presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente e Presidência da República, entre outros.

Temos informações de que as empresas de mineração estão agindo para convencer tais setores de que os empreendimentos de mineração de ferro a céu aberto que querem implantar na Serra do Gandarela, como a chamada Mina Apolo da Vale, são mais importantes do que a preservação dessa região para o presente e o futuro dos municípios e da população – que vive no seu entorno imediato, no roteiro da Estrada Real e nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e do Vale do Aço, abastecidas pelas águas que provêm do aqüífero do Gandarela, no limite do Alto Rio das Velhas e do Alto Rio Piracicaba.

No mapa abaixo você terá uma noção da riqueza hídrica – águas de Classe Especial e Classe 1, as de maior pureza - da área proposta pelo ICMBio para o Parque Nacional, que apresentou uma delimitação coerente com o valor da biodiversidade e do geossistema (de recarga, acumulação e alimentação de vários cursos d’água) da região do Gandarela:
 



 
Observe agora no mapa abaixo o que seria o impacto, somente da Mina Apolo, pretendida pela Vale (que ainda não tem nenhuma licença), para a região e as águas do Gandarela e sua relação com os limites propostos para o Parque Nacional:



Alertamos para o fato de que o interesse das empresas é minerar TODAS as áreas marcadas como cangas lateríticas do Gandarela, incluindo outros projetos além dos já anunciados, porque abaixo delas está o minério de ferro que querem exportar. Isso destruiria completamente o equilíbrio ambiental da última região ainda intacta do Quadrilátero Ferrífero, comprometendo seriamente o seu potencial de recursos hídricos (que ajudam a abastecer grande parte da Região Metropolitana de BH e também outras cidades vizinhas, na bacia do Rio Piracicaba), sua biodiversidade e seu enorme potencial turístico. O resultado seria criar no Gandarela cenários que, infelizmente, são comuns em outras áreas do Estado:
 

  
Para isso, uma forte pressão política está tentando alterar de forma considerável a proposta técnica do ICMBio, para permitir a instalação de grandes empreendimentos de mineração na região.

NÃO PODEMOS ACEITAR ISTO!
  
Queremos o Parque Nacional da Serra do Gandarela conforme a proposta do ICMBio de setembro/2010, com as adequações necessárias a partir das consultas públicas com as comunidades. Assim teremos a proteção das águas do Gandarela, da maior área de Mata Atlântica e do maior complexo de cachoeiras como bem de uso comum de nossa região, associados à potencialização do turismo na região.

Não aceitamos que a proposta do ICMBio seja alterada para atender aos interesses da Vale e de outras mineradoras.

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Envie você também sua manifestação a favor do Parque Nacional da Serra do Gandarela, copiando os dois parágrafos anteriores, em negrito, colocando como assunto EU QUERO O PARQUE NACIONAL DA SERRA DO GANDARELA NA ÍNTEGRA, e enviando um e-mail para:

romulo.mello@icmbio.gov.br,  
casacivil@planalto.gov.br

Isso levará menos que 5 minutos do seu tempo e terá um valor precioso para o Gandarela. Faça isso agora! É URGENTE!

Envie este email para todos os seus amigos com uma mensagem pessoal para que façam o mesmo.

Um abraço,

Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela



quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Trollando os senadores. Com grande elenco

Publicado na Carta Capital em 18 de outubro de 2011 às 16:22h
 
Clara Roman
 
A aprovação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados significou uma grande derrota para os ambientalistas. Utilizado como moeda de troca entre a base aliada e o governo no auge da crise protagonizada pelo ex-ministro Antônio Palocci, o projeto de lei anistiava aqueles que já haviam desmatado áreas de preservação e, na prática, permitia o avanço de culturas e pastagens sobre áreas como topos de morros e entornos de rios, protegidas pelo Código antigo.
 
Em campanha lançada por Fernando Meirelles, celebridades como Wagner Moura, Alice Braga e Rodrigo Santoro gravaram vídeos caseiros para pedir que Senado não aprove texto do novo Código Florestal. Foto: Renata Duarte.

 
Enquanto o texto corre em discussão no Senado, ambientalistas tentam emplacar mudanças que minimizem o que chamam de derrota para o meio ambiente. Para mandar um recado aos senadores sobre o que pensam, militantes da causa verde ganharam o apoio de um grupo de artistas dispostos a doarem rosto e voz para pressionarem os políticos.

A sugestão partiu do cineasta Fernando Meirelles, diretor de “Cidade de Deus”. Ele foi convidado por um grupo de mais de cem entidades que compõe o movimento #florestafazadiferença para auxiliar na comunicação. Amigo de famosos como Rodrigo Santoro, Gisele Bündchen e Alice Braga, Meirelles teve apenas que mandar e-mails para os colegas pedindo que enviassem recados para os senadores sobre o Código Florestal. Como os recursos eram escassos, os próprios artistas se gravaram com câmeras improvisadas de celular ou computador.

As mensagens são direcionadas diretamente aos senadores. Sem maquiagem, em suas próprias casas, as celebridades realizaram discursos espontâneos. Todos eles pedem que o texto seja revisto. Ao todo, são 25 filmagens.
 
O cantor pernambucano Lenine. Foto: Renata Duarte.
A palavra ‘anistia’ que em sua origem é um palavra muito bonita, no Brasil, adquire um significado nefasto”, diz o ator Wagner Moura em seu depoimento, ao criticar a anistia concedida não só aos proprietários rurais que desmatarem suas terras, mas também àqueles que mataram e torturam durante a ditadura militar. “Eu sou neto de fazendeiro, sei da importância da agricultura no Brasil, mas estou muito preocupado com as mudanças que estão propondo para o Código Florestal”, expôs Rodrigo Santoro.

Meirelles comenta que, como o assunto é um pouco árduo, queria trazer uma abordagem que chamasse mais a atenção do público. Disse que a campanha não lhe exigiu muito trabalho porque todos estavam bastante sintonizados no assunto. Agora, a partir desta terça-feira, Meirelles enviará os vídeos para os e-mails dos senadores. Também disponibilizará as produções no site do projeto, junto com os endereços eletrônicos dos políticos para que o público possa enviar para seus senadores. A ideia é bombardear diariamente os membros do senado, o que, na linguagem da internet, é conhecido como “trollar”.

Rodrigo Santoro. Foto: Renata Duarte.
Meirelles explica que também é fazendeiro. Por isso mesmo, compreende a importância da preservação ambiental que seria garantida com a aplicação do Código antigo. “O novo Código é mais prejudicial para matas remanescentes fora da Amazônia”, afirma.

No início, a campanha contava apenas com fotos que as pessoas tiravam de si mesmas em situações de risco, com um cartaz que podia ser baixado pelo site com a frase: “O ar que você respira poderia ser melhor se tivesse florestas mais perto”. A ideia, lançada pelos publicitários Percival Caropreso e Raul Cruz Lima era aproximar a discussão ao mostrar que não é só na Amazônia que o Código interferirá, mas também em morros nas cidades, que sofrem com deslizamentos em áreas desmatadas ilegalmente, enseadas, mangues, rios próximos aos grandes centros. A iniciativa, no entanto, tomou outras proporções. Ao sugerir para que famosos tirassem as fotos, não imaginavam que teriam uma adesão tão grande. Lenine, Fernanda Torres, Rodrigo Santoro, Paulo Tatit, Carlinhos Brow, entre muitos outros participaram dessa primeira fase. Depois de ver o resultado com as imagens, resolveram fazer os vídeos.

A atriz Fernanda Torres. Foto: Renata Duarte.
O movimento #florestafazadiferença é composto por mais de cem entidades contrárias a aprovação do Código como passou na Câmara. Entre elas, WWF Brasil, Greenpeace, SOS Mata Atlântica e até a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Enquanto a discussão na Câmara foi esvaziada e a aprovação foi realizada de sopetão, os movimentos esperam conseguir influenciar a discussão no Senado, que aparenta estar mais aberto a mudanças sobre detalhes mais polêmicos do Código. Na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) os senadores afirmaram que querem incluir no texto mecanismos de pagamento para aqueles que mantiverem as Áreas de Preservação Permanente (APPs). O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), relator do projeto, prevê que a votação ocorra em novembro.

Assista abaixo aos depoimentos de Wagner Moura, Vitor Fasano, Alice Braga e do prório Fernando Meirelles.




 
 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mapas digitais ajudam historiadores a enxergar o passado

Publicado na Folha de São Paulo em 18/10/2011 - 07h51

Patricia Cohen
do "New York Times"

  
 Poucas vezes na história uma batalha foi estudada tão detalhadamente quanto a de Gettysburg, três dias cheios de sangue em julho de 1863 que representaram a virada na Guerra Civil  americana. E ainda restam perguntas.

O que, por exemplo, o general Robert E. Lee viu de fato quando deu as ordens que fizeram a maré virar contra o exército confederado?

Agora os historiadores contam com uma ferramenta nova, que pode ajudar. Uma nova geração de mapas digitais deu lugar a um campo acadêmico chamado de humanidades espaciais.

Historiadores, teóricos literários, arqueólogos e outros vêm usando o Geographic Information Systems, um software que exibe e analisa informações relacionadas a um local físico, como a região do "Dust Bowl" nos Estados Unidos, devastada por tempestades de areia durante a Grande Depressão, ou as tavernas do bairro londrino de Eastcheap, cenário das farras de Falstaff, personagem que aparece em peças de Shakespeare.
Imagem registrada em 1894 de Midland, cidade do Texas afetada pelo "Dust Bowl". National Archives e Records Administration via The New York Times


"O mapeamento de informações espaciais permite que você veja padrões e informações que são literalmente invisíveis", disse Anne Kelly Knowles, geógrafa do Middlebury College, no Vermont. Além disso, ele acrescenta camadas de informações a um mapa, que podem ser tiradas ou adicionadas de várias maneiras. Com o clicar de um mouse é possível ver o mesmo lugar ao longo do tempo.

Hoje as pessoas que vão a Gettysburg podem subir até a cúpula do seminário luterano onde o general Lee estava posicionado em 2 de julho, o segundo dia dos combates; ou passar pela elevação de Seminary Ridge, onde, no dia seguinte, Lee assistiu a milhares de seus homens avançando por campos agrícolas abertos para morrer na notória Investida de Pickett.

Com o passar do tempo, porém, o lugar ganhou o acréscimo de uma pedreira, um reservatório e várias árvores e plantas diferentes; mesmo as elevações mudaram em decorrência da erosão e aragem.

O Geographic Information Systems, ou GIS, permitiu que Knowles e seus colegas recriassem uma versão digital do campo de batalha original a partir de mapas históricos, descrições de posições das tropas e ilustrações de estradas, cercas, construções e vegetação históricos. Knowles explicou: "A única maneira que eu conhecia de responder à pergunta" sobre o que Lee viu "foi recriar o terreno digitalmente, usando o GIS, e então perguntar ao programa GIS: 'O que dá para ver desde uma determinada posição na paisagem digital e o que não dá?'."

Os líderes militares do século 19 dependiam principalmente de seus próprios olhos, e pequenas diferenças de elevação eram estrategicamente importantes. "Lee provavelmente não pôde enxergar o enorme contingente de forças federais que se acumulou no lado oriental do campo de batalha no segundo dia, durante o famoso ataque ao Little Round Top", disse Knowles.

O tenente-coronel James Longstreet foi criticado dentro das forças confederadas por sua decisão, em 2 de julho, de levar suas tropas em uma longa contramarcha, para evitar que elas fossem detectadas, em vez de atacar Little Round Top. Mas não havia maneira de ele ter visto que a região de Little Round Top estava indefesa.

No momento, Anne Knowles trabalha em mapas digitais das conquistas territoriais dos nazistas e dos campos de concentração.

Geoff Cunfer, historiador da Universidade de Saskatchewan, fez uma revisão do Dust Bowl dos anos 1930 nos Estados Unidos, analisando dados dos 208 condados no Texas, Novo México, Colorado, Oklahoma e Kansas que foram afetados --um projeto que teria sido impossível sem este sistema.

Ele constatou que a explicação tradicional, segundo a qual as tempestades de areia foram causadas pela aragem extensiva da terra sem cuidado com as limitações ambientais, aplica-se apenas em alguns lugares.

Condados que mal foram arados também sofreram a praga das tempestades de areia. Usando relatórios de precipitação anual, secas, direção dos ventos, censos agrícolas e relatórios sobre tempestades de areia, ele criou conjuntos de dados que podem ser marcados em mapas.

Cunfer constatou que tempestades de areia ocorriam regularmente no século 19 e eram parte da ecologia das pradarias antes de as terras serem aradas, mas sua ocorrência "não foi divulgada".

David Bodenhamer, historiador da Universidade de Indiana, disse que a "virada espacial permite perguntas novas: 'Por que algo aconteceu aqui e não em outro lugar? O que há de especial aqui?'".

terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Atuação do MPMG contribui para instalação do Museu do Índio em Carmo do Rio Claro

Publicado na ABRAMPA em 14/10/2011

Promotoria de Carmo do Rio Claro apoiou iniciativa do Município na instalação do museu que abriga acervo sobre a passagem dos índios na região.

Foi inaugurado em Carmo do Rio Claro o Museu do Índio Antonio Adauto Leite, que conta com o maior acervo de peças indígenas de Minas Gerais e um dos maiores da América Latina. A obra retrata a história da passagem dos povos indígenas pela região.

A instalação do museu, que expõe artefatos de interesse arqueológico, é fruto dos entendimentos mantidos entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), entre o colecionador Antonio Adauto Leite, que cedeu o acervo, e o Município de Carmo do Rio Claro.

O promotor de Justiça Cristiano Cassiolato, de Carmo do Rio Claro, intermediou a participação do MPMG para a instalação do museu em prédio público no centro da cidade.

Segundo o arqueólogo Edson Luis Gomes, "Esta coleção, com mais de duas mil peças inteiras e fragmentadas, composta por artefatos líticos e cerâmicos, vem sendo formada ao longo de 77 anos, tendo sido iniciada pela Sra. Flavia Lemos, mãe do colecionador Antonio Adauto Leite", informou.

Ainda segundo Edson Gomes, os primeiros estudos arqueológicos na região foram realizados pelo `Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas (Pronapa) que aconteceu no final da década de 1960 e inicio dos anos 1970.

Nesta época as tradições Aratu, Tupiguarani e Neobrasileira foram descritas e publicadas pela equipe do Pronapa.

Relatos históricos da região dizem que até grutas com pinturas rupestres foram inundadas pelas águas de Furnas, também apontam outros indícios de que ocupações pretéritas pudessem ter estado na região.

"Com efeito, acredito que estudos realizados pelas equipes de Arqueologia ao longo destes anos apontam evidências na coleção Catú-Auá que indicam ocupações de culturas caçadoras coletoras na província cárstica do São Francisco", completou o arqueólogo.

Fonte: ASCOM/MPMG

Índios do Xingu trocam sementes de roça em encontro sobre valorização de conhecimentos tradicionais

Publicado no Instituto Sócio Ambiental em 14/10/2011 12:06

Durante cinco dias, indígenas de quatro etnias do Parque do Xingu (MT) compartilharam saberes sobre roças e cuidados com a terra na aldeia Tuiararé.

Preocupados com o futuro de suas roças, indígenas das etnias Yudja, Kawaiwete (Kaiabi), Ikpeng e Kĩsêdjê se reuniram de 28/09 a 02/10, na aldeia Tuiararé, dos Kawaiwete, para uma longa conversa sobre cuidados com a terra e manutenção das roças. Durante o evento, os índios trocaram sementes, ensinaram e aprenderam o manuseio de novas espécies, plantaram e comeram produtos das roças do Parque do Xingu (MT).
 
Milho, feijão fava e cará expostos em peneiras tradicionais

O “Encontro de Trocas de Sementes e Mudas e de Conhecimentos sobre os Alimentos das Roças Tradicionais dos Índios do Xingu” foi idealizado pelos jovens dessas etnias durante um processo de formação realizado pelo Instituto Socioambiental (ISA) focado no reconhecimento e na valorização de iniciativas socioambientais locais. “Esse resgate dos alimentos é muito importante, pois quem não tem comida, não tem saúde. Eu quero que todas as comunidades indígenas tenham esses alimentos. Quero chegar em outras aldeias e que tenha comida pra todos”, diz Yaiku Kĩsêdjê.

A ideia surgiu após uma pesquisa realizada pelo grupo de jovens, na qual foi identificada que as roças estavam ficando pobres, e que muitos recursos haviam sido perdidos em suas comunidades. Parte desse processo, apontam os índios, se deve ao contato com o “branco” e as demandas que passaram a surgir desde então. “Eu estou plantando, mas não consigo cuidar direito [da roça]. E quando a gente está à frente de algum assunto importante para o nosso povo, a gente acaba sendo chamado e não tem tempo para cuidar da roça direito”, diz Tariaiup Kaiabi.
 
Sistematização dos produtos da roça Kawaiwete (Kaiabi)

Jovens definem suas responsabilidades

Durante o encontro, os jovens apresentaram os resultados do levantamento que fizeram sobre a diversidade das roças de suas aldeias, definiram suas responsabilidades e encaminharam estratégias de curto prazo para o processo de resgate, manutenção e da constante reinvenção de suas culturas. Juntas, as quatro etnias trouxeram mais de 120 produtos para a troca. Entre eles, mandioca, cará, batata-doce, milho, urucum, amendoim, feijão-fava, açafrão, inhame, algodão, abóbora, melancia, banana, cabaça, mamão e abacaxi. Cada grupo saiu satisfeito por ter “recuperado” alguma semente que estava faltando no seu roçado.
 
Preparo tradicional de alimentos realizado durante o encontro.

Na cozinha foram feitos variados tipos de comida. No cardápio: mingau de macaxeira, jacaré assado, mingau de arroz, caldo de peixe, cará cozido, castanha de caju, suco de mel, mingau de pequi, pequi cozido, pirão de peixe com feijão fava, feijão fava cozido, caju in natura, abacaxi in natura, beiju de polvilho, beiju tradicional dos Kawaiwete, mimosek (beiju de massa de mandioca com amendoim assado na folha de bananeira) e pimenta. Foi o começo de uma importante discussão para esses jovens que estão vendo os recursos e conhecimentos indo embora com os velhos, que, segundo eles, são os “cuidadores” das sementes e alimentos. “Quando os velhos vão embora parece que as sementes e plantas vão embora com eles. Parece que quando essas pessoas que cuidavam delas começam a enfraquecer e adoecer, as plantas também vão ficando doentes, junto com os seus cuidadores. As plantas dão o sinal”, conta Chico Kaiabi. “Nas histórias de todos nós, as plantas da roça vieram da ‘pessoa’. Por isso elas também sentem as pessoas”, completa Jepoo’i Kaiabi, lembrando a ligação intrínseca dos alimentos com as histórias da origem de cada etnia.

O desafio posto é o de lidar com o tempo do jovem, que precisa aprender o “trabalho de branco” para compreender e ajudar seu povo e ao mesmo tempo aprender e praticar as rotinas da sua cultura. Para cultivar esse resgate, os jovens entenderam que o encontro precisa continuar e ser ampliado aos demais povos do Xingu. Definiram que todos que participaram deste evento deverão levar o que foi plantado e colhido a partir da semente trocada no próximo encontro, como uma comprovação do esforço de cada grupo para a manutenção das espécies compartilhadas. Além disso, viram a importância de discutir o acesso à terra boa para o plantio, os impactos do fogo e as estratégias de prevenção.

ISA, Katia Ono.
 

sábado, 15 de outubro de 2011

Arqueólogos acham mais antigo ateliê do mundo na África do Sul

Publicado na Folha de São Paulo em 14/10/2011 - 12h03
Ricardo Bonalume Neto
de São Paulo


O mais antigo ateliê de pintura da Terra foi achado em uma caverna sul-africana. Os pintores de 100 mil anos atrás eram fãs de uma tinta ocre, com tons que variam entre vermelho, marrom e amarelo, armazenada em "paletas" feitas de conchas marinhas.

Os artistas primitivos usavam pigmentos de origem mineral e davam predileção a cores que, segundo as especulações dos pesquisadores, lembravam a vida cotidiana, seja pelo sangue das caçadas, seja pela fertilidade, ligada à menstruação no imaginário dos povos antigos.

Vista do mar a partir do interior da caverna de Blombos. Magnus Haaland/Associated Press
 
SEM FASE AZUL

Teriam entendido plenamente o "período rosa" de pinturas do espanhol Pablo Picasso (1881-1973), que durou de 1904 a 1906; não entenderiam, nem teriam como imitar, a "fase azul" anterior, por falta de pigmentos -ou talvez de interesse. Os pesquisadores associam a descoberta do antigo ateliê à própria evolução do pensamento humano.

Pintamos, logo pensamos. O ocre está disponível em óxidos de ferro, no solo, e pode servir tanto para pinturas murais quanto corporais. A "tinta" seria até um primitivo protetor solar para a pele.

Clique para ampliar. Editoria de Arte/Folhapress
"A capacidade conceitual de amostrar, combinar e armazenar substâncias que aperfeiçoam a tecnologia ou as práticas sociais representa um marco na evolução da cognição humana complexa", escreveram os pesquisadores na edição de hoje da revista americana "Science". A equipe, liderada por Christopher Henshilwood (professor da Universidade de Bergen, Noruega, e da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul) encontrou o "ateliê" na caverna de Blombos, 300 km a leste da Cidade do Cabo. Francesco d'Errico, da Universidade de Bordeaux, na França, coordenou a datação do material encontrado por lá.

O ocre, as ferramentas de pedra para sua produção e as conchas foram achados já em 2008, mas desde então a equipe trabalhou para se certificar das datas.

A análise do interior das conchas, onde a "tinta" ocre era misturada, revelou traços do que poderia ser a ação de dedos humanos durante o processo de preparar o produto para o uso.

Os pesquisadores identificaram dois "kits de ferramentas" usados para a produção da tinta. Pela ausência de outros tipos de detritos comuns em cavernas habitadas por seres humanos nessa camada, como restos de animais, eles especulam que um grupo de pessoas esteve ali "por um dia ou dois, no máximo", diz Henshilwood.

A caverna, cuja habitação começou há 140 mil anos, tem se revelado um grande tesouro de achados ligados à evolução cultural humana.

sábado, 8 de outubro de 2011

Campanha em defesa da Serra da Canastra

Proteja as nascentes do rio São Francisco!

Clique aqui para ler reportagem sobre o assunto publicada no jornal Estado de Minas.
Clique aqui para ver a lista de Deputados Federais por Minas Gerais (e-mail, telefone, fax...).
 
Exerça a cidadania, entre em contato com seu Deputado Federal. 
 
Sugestão de Mensagem
 
Ao
Excelentíssimo Senhor
Deputado Federal .................................
Câmara dos Deputados
Brasília - DF

Senhor Deputado, já tramita nesta Casa a Emenda 14, acrescentada à Medida Provisória 542/2011, que caso aprovada reduzirá a área do Parque Nacional da Serra da Canastra em mais de 64% de seu tamanho original.
Conforme salientou a Procuradora da República Ludmila Oliveira, em reportagem publicada em 29/09/2011 no jornal Estado de Minas, "o caráter emergencial da medida provisória não permite a discussão necessária para uma alteração desse porte."
Por isso, venho solicitar que o Sr. vote contra a aprovação da Emenda 14.

Respeitosamente,

........................................................ 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Movimento em defesa do Parque Nacional da Serra da Canastra

A Emenda 14 acrescentada à Medida Provisória 542/2011 já tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília-DF, e tem prazo para ser votada até 12 de dezembro.  Caso seja aprovada ela reduzirá a área do Parque Nacional da Serra da Canastra em mais de 64% de seu tamanho original.
Matéria sobre este assunto foi publicada no jornal Estado de Minas e reproduzida nesta página (clique aqui).
Estamos sugerindo duas ações:

1) Entre em contato com os deputados federais por Minas Gerais (clique aqui), via e-mail, telefone ou fax. Manifeste sua convicção pela manutenção dos limites atuais do Parque Nacional da Serra da Canastra.

2) Entre em contato com o deputado Odair Cunha (PT/MG) [clique aqui], que encabeça a proposição da Emenda 14, e manifeste seu repúdio à diminuição da área do  Parque Nacional da Serra da Canastra.

É preciso a união de todos que trabalham de maneira séria com a temática ambiental.
Minas Gerais não precisa de redução de suas áreas de preservação, pelo contrário, é dos Estados da Federação que mais sofre com os reflexos da degradação do meio ambiente e do desmatamento desenfreado.

Exerça a Democracia, entre em contato com seu Deputado Federal.

Projeto tenta reduzir em 64% a área do Parque Nacional da Serra da Canastra

Enviado por Lucélio Nativo
 
Publicado no Jornal Estado de Minas em 29/09/2011 06:00 Atualização: 29/09/2011 10:36 
  
Emenda de deputado mineiro pega carona em medida provisória relativa à Amazônia e tenta reduzir a área do parque criado para proteger nascente do Rio São Francisco

Valquiria Lopes

Cachoeira Casca d'Anta, no Parque da Canastra.
Uma batalha travada em torno de um santuário ambiental em Minas, rico em flora e fauna, mas também em jazidas minerais. Abrigo de espécies em extinção, berçário de vários cursos d’água, o mais importante deles o Rio São Francisco, e importante área do cerrado, o Parque Nacional da Serra Canastra pode ter limites fixados em 71,5 mil hectares, contra os 200 mil originais, um redução de 64%. O alerta parte de representantes do Instituto Chico Mendes (ICMBio) – autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente – e do Ministério Público Federal (MPF), e se refere à Emenda 14 apresentada à Medida Provisória 542/2011, em tramitação na Câmara dos Deputados. A MP editada pela presidente Dilma Rousseff (PT) trata de alterações em unidades de conservação na Amazônia, para projetos hidrelétricos e de assentamento, mas o deputado Odair Cunha (PT-MG) tenta acrescentar texto que fixa a área do Parque da Canastra em 71,5 mil hectares, sob o argumento de que se trata de proposta para regularizar a situação de produtores rurais que vivem na região.

Veja a galeria de fotos no jornal Estado de Minas

O parlamentar defende que a emenda não propõe diminuição de áreas de preservação, argumentando que o plano de manejo da unidade, feito em 1974, instituiu a área real do parque em 71,5 mil hectares. “O Decreto 70.355, de 3 de abril de 1972, de criação do parque, estabelece no artigo 1º a área de 200 mil hectares, mas, no artigo 4º, dá ao órgão ambiental da época, o Instituto Brasileiro de Defesa Florestal (IBDF), o poder de definir as áreas com potencial agriculturável. Dois anos mais tarde, em 1974, o plano de manejo foi feito, fixando a área em 71,5 mil hectares”, alega.

Contrariando a defesa do parlamentar, a procuradora da República em Passos, no Sul de Minas, Ludmila Oliveira, afirma que a extensão total do parque é realmente de 200 mil hectares e que os 71,5 mil hectares referem-se apenas à área já desapropriada. Para ela, a emenda é inadequada e põe em risco uma reserva até então preservada. “O caráter emergencial da medida provisória não permite discussão necessária para uma alteração desse porte. Além disso, já há outros projetos de lei na Câmara que tratam do tema. As MPs são para assuntos urgentes e não há urgência para o caso da Canastra”, defende. Ainda de acordo com a procuradora, interesses econômicos podem estar por trás da tentativa de alteração, tendo em vista que a unidade de conservação tem grandes áreas com jazidas de quartzito e diamantes, além da agricultura e pecuária.

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“São interesses passíveis de compatibilização com a preservação ambiental. Há projetos que retiram pequenas áreas do parque para essa finalidade. O que é urgente, nesse casos, é a regularização das áreas e não a diminuição dos limites da unidade de conservação”, defende a representante do MP, lembrando ainda que o Brasil é signatário de tratados internacionais nos quais se compromete com a preservação de sistemas de relevância ambiental. Apesar de não ser possível intervir na tramitação da matéria no Legislativo, a procuradora disse que é preciso atuar na sensibilização dos parlamentares para rejeitar a proposta, que tem prazo para ser votada no Congresso até 12 de dezembro. A partir desta semana, a medida provisória já está trancando a pauta na Câmara. Na própria Casa, a bancada do Partido Verde (PV) se manifestou contra a emenda, alegando que o texto foi anexado à medida provisória sem nenhum estudo de viabilidade e sem consulta pública.

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Impensável
Ao comentar a iniciativa do parlamentar, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rômulo Mello, disse que “fazer emendas reduzindo a área de parques sem estudos técnicos é impensável, é uma atitude que pode trazer mais problemas à conservação do meio ambiente”. Ele lembrou que as alterações nos limites dos parques nacionais da Amazônia, dos Campos Amazônicos e do Mapinguari, previstas no texto original da medida provisória, foram analisadas cuidadosamente, e que somente depois disso receberam o aval do ICMBio. “Nesse caso, as unidades que perderam partes de sua área ganharam outras”, diz.

Para o chefe do Parque Nacional da Serra da Canastra, Darlan de Pádua, o que o deputado deveria fazer era buscar recursos para completar a indenização referente aos outros 130 mil hectares da unidade de conservação, concluindo, assim, a regularização fundiária do parque, em vez de propor sua redução.

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sábado, 1 de outubro de 2011

O MAC visita a E. E.Pe. José Sangalli, em Córrego Fundo.

Finalizando a programação do museu vinculada à  3ª Jornada Mineira do Patrimônio Cultural, uma equipe do MAC visitou a escola Escola Estadual Padre José Sangalli, na cidade de Córrego Fundo - MG. Fomos recebidos pelas professoras Renata de Paulo e Cláudia Alves, pela supervisora pedagógica Liliane da Silva e pelas turmas do 6º. ano.
Foi feita uma palestra sobre o patrimônio arqueológico do território do Carste do Alto São Francisco que está reunido no MAC. Os estudantes manifestaram grande interesse sobre a pré-história de nossa região e sobre seu passado paleontológico.
A iniciativa tem por objetivo divulgar e tornar o museu mais próximo dos estudantes das cidades que integram o território do Carste do Alto São Francisco.

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